A transferência de boas práticas entre cidades funciona. Descubra o que o URBACT tem aprendido sobre as chaves do sucesso.
Enquadramento
Um estudo encomendado pelo URBACT e conduzido pelo perito Matthew Baqueriza Jackson forneceu revelações importantes relativamente às experiências da primeira geração de 23 redes de cidades URBACT, especificamente dedicadas a explorar a transferência de boas práticas entre cidades europeias (Redes de Transferência).
Os resultados deste estudo disponibilizam uma série de sinais e orientações que podem ajudar a superar medos ou mentalidades que nos dizem “isso nunca vai funcionar na nossa cidade”. Em vez disso, os resultados evidenciam formas de trabalhar que podem tornar o processo de transferência mais significativo, realista e, em última análise, bem-sucedido.
Abordagens-chave que fazem funcionar a transferência
As conclusões do estudo incluem uma série de recomendações que visam principalmente o próprio URBACT como programa e como ele pode continuar a apoiar o trabalho de transferência no futuro, com base no sucesso desta primeira geração de Redes de Transferência e simplificando alguns dos requisitos para as cidades participantes.
No entanto, neste artigo, estamos mais interessados nas principais mensagens, lições e princípios que todas as cidades devem ter em mente ao pensarem em transferir uma boa prática urbana. Esta primeira geração de redes URBACT demonstrou uma série de ferramentas, técnicas e métodos relevantes:
- Uma lógica eficaz para estimular a transferência é “Compreender – Adaptar – Reutilizar”. É essencial dedicar algum tempo no início de qualquer processo de transferência para realmente compreender a boa prática e as suas componentes, antes de tentar adaptá-la “de um modo que seja relevante para os contextos e culturas locais”.
- Dividir uma boa prática em “módulos” que podem ser discutidos e explorados separadamente é um fator-chave de sucesso para o processo de compreensão da prática e identificação de que aspetos podem ser transferidos de forma adequada para qualquer nova cidade.
- A abordagem bottom-up, que é tão central para o método URBACT em sentido lato, também é a forma recomendada de trabalhar para uma transferência eficaz. Envolver com sucesso as partes interessadas locais na compreensão das boas práticas originais e como elas podem inspirar mudanças a nível local por meio de um Grupo Local URBACT eficaz é um fator-chave de sucesso. Outros fatores locais de sucesso incluem a vontade política e a possibilidade da prática transferida se encaixar logicamente na estratégia ou visão local mais amplas.
- O intercâmbio e a aprendizagem transnacionais foram benéficos não apenas na relação bilateral entre a cidade ´boas práticas´ e cada uma das cidades ´recetoras´, mas também nas trocas e reflexões entre todos os parceiros dentro de cada rede. Os fatores de sucesso para este intercâmbio transnacional no contexto do URBACT incluíram a motivação dos parceiros, a relação entre o parceiro-líder e o perito-líder e a coprodução do método de trabalho por todos os parceiros.
- A transferência é facilitada pela simplicidade. As candidaturas bem-sucedidos das Redes de Transferência tiveram em geral na sua génese boas práticas que não eram excessivamente complicadas. Isso ajudou particularmente o processo de ´compreensão´ dos vários aspetos das boas práticas nas novas cidades e de como elas poderiam ser adequadamente adaptadas e reutilizadas.
- A transferência pode acontecer a velocidades diferentes. Algumas boas práticas podem ser transferidas com relativa rapidez, especialmente iniciativas/atividades específicas tais como um festival ou uma loja pop-up. Boas práticas que tenham mais a ver com processos e formas adaptadas de trabalho levam mais tempo a transferir.
Leia o relatório completo a fim de conhecer mais análises e exemplos práticos
O Relatório Final do Estudo das Transferências, de 40 páginas, contém muito mais análises, informações e descobertas, quer a nível das redes, quer a nível das cidades, cobrindo: a) as ferramentas e técnicas que funcionaram melhor; b) os fatores de sucesso para a transferência; c) as principais barreiras potenciais à transferência e d) ´as coisas que deviam ter sido feitas de outra maneira ´.
Com base nisso, o relatório fornece uma série de constatações a nível do programa, bem como conclusões e recomendações específicas, incluindo recomendações quer para o atual quer para o futuro programa URBACT.
Em anexo ao relatório, o estudo também inclui um conjunto de interessantes estudos de caso que ilustram com algumas situações reais muitos dos princípios-chave e recomendações estabelecidas no relatório. O anexo consiste em 6 estudos de caso no que se refere às redes e 17 estudos de caso de cidades. Cada resumo de 2 páginas segue a mesma estrutura:
»»» Sobre a cidade ou rede e o motivo de seleção;
»»» Ferramentas e técnicas usadas na transferência e quais funcionaram bem e menos bem;
»»» Fatores de sucesso;
»»» Principais barreiras enfrentadas pela cidade ou rede;
»»» O que deveria a cidade ou rede fazer de outro modo;
»»» Resumo
Aproveitando o estudo – tempo de partilhar!
O estudo marca apenas um produto importante dos últimos seis meses de vida das Redes de Transferência URBACT, sendo agora ´tempo de partilhar´ as suas experiências e lições. Além de conhecer os resultados do estudo, procure toda a gama de resultados das redes e das cidades que estão a começar a ser publicados no website URBACT e participe em alguns eventos URBACT sobre transferências: seja sobre um tema específico, a nível nacional, seja no próximo URBACT City Festival, a decorrer entre 15 e 17 de junho de 2021.
A primeira metade do ano de 2021 é o Tempo de Partilha para as Redes de Transferência URBACT!
Esperamos que o trabalho do URBACT em torno da transferência de boas práticas abra a porta a uma nova e forte energia e se concentre em como aproveitar ao máximo o intercâmbio e a aprendizagem europeus para transformar boas ideias em progresso de um local para outro local. Mantenha-se em contacto e participe!