As cidades europeias impulsionam a mudança através das Redes URBACT de Planeamento de Ação

Edited on 22/05/2024

Ilustração de várias pessoas numa cidade com o slogan "Leia as últimas atualizações sobre as Redes de Planeamento de Ação" no céu e a hashtag #URBACTacts.

 

Conheça as áreas de ação e as últimas novidades destas 30 redes URBACT.

 
As redes em números

 

De 1 de junho de 2023 a 31 de dezembro de 2025, 252 parceiros individuais de 28 países Europeus iniciaram 30 Redes de Planeamento de Ação (APN - Action Planning Networks-APN), no âmbito do programa URBACT IV. Ao longo do percurso URBACT, pretendem desenvolver os seus conhecimentos e competências para codesenhar e desenvolver Planos de Ação Integrados (Integrated Action Plans - IAP) de longo prazo para enfrentar os seus desafios locais. Estes planos definirão as ações a implementar, incluindo a calendarização, as responsabilidades, os custos, as fontes de financiamento, os indicadores de monitorização e as avaliações de risco.

Cada rede é composta por um Parceiro Líder e outros 8-10 parceiros de projeto. Entre os 252 parceiros, metade são recém-chegados ao programa, enquanto a outra metade já tem experiência no âmbito do URBACT III (2014-2020).

Redes aprovadas pelo Comité de Monitorização do URBACT IV. Fonte: URBACT

 

Todas as Redes URBACT de Planeamento de Ação aprovadas (2023-2025) estão alinhadas com a Política de Coesão da UE e contribuirão para os seus cinco Objetivos Políticos específicos (Policy Objectives - PO): PO1 Uma Europa mais competitiva e inteligente; PO2 Uma Europa mais verde; PO3 Uma Europa mais conectada; PO4 Uma Europa mais social e inclusiva; e PO5 Uma Europa mais próxima dos cidadãos.

Para além da sua diversidade geográfica, as 30 redes também se destacam pela sua grande variedade de tópicos. O método URBACT, que todas as redes seguem, garante a aplicação de uma abordagem integrada; dito de forma simples, independentemente do tópico, são considerados os aspetos sociais, económicos, ambientais e territoriais. 

Para ajudar na consulta da lista das redes, agrupámo-las aqui pelas suas principais áreas temáticas: Governação participativa; Planeamento urbano; Desenvolvimento local; Ação climática; e Coesão social.

 

Governação participativa

 

As redes no âmbito da temática da governação participativa centram-se numa grande variedade de tópicos, incluindo o envolvimento dos cidadãos, a saúde, a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e muito mais.

Liderada por Genk (BE), a rede Agents of Co-Existence promove abordagens inovadoras aos desafios sociais e esforça-se por criar políticas locais inclusivas com a participação ativa da comunidade, reforçando as aptidões e competências dos funcionários públicos e criando novas estruturas e culturas organizacionais.

O desenvolvimento de processos de governação adaptados a nível local é o principal objetivo da rede Cities for Sustainability Governance, com Espoo (FI) como Parceiro Líder, mas utilizando especificamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDG - Sustainable Development Goals) das Nações Unidas como veículo estratégico.

A partir do coração de Paris (FR), as cidades europeias envolvidas no projeto CITIES@HEART trabalham em prol de um centro urbano equilibrado e inclusivo para todos os utilizadores, invertendo a perda de atratividade das cidades de diferentes dimensões e contextos.

A rede One Health 4 Cities, orientada por Lyon (FR), visa promover a integração da abordagem One Health nas estratégias e nos projetos urbanos, desenvolvendo ferramentas que capacitem os decisores e as equipas operacionais, para aumentar o impacto positivo dos projetos urbanos no bem-estar e na saúde das pessoas, dos animais e do ambiente.

 

Planeamento urbano

 

As redes de planeamento urbano abordam uma série de tópicos importantes, como a mobilidade, a acessibilidade, a sustentabilidade, os espaços públicos, as articulações territoriais e a coesão territorial. 

A rede PUMA (Planning Urban Mobility Actions - Planeamento de Ações de Mobilidade Urbana) ajuda cidades como Liepaja (LV), o seu Parceiro Líder, a desenvolver planos de ação de mobilidade integrados para alcançar uma mobilidade sustentável e com impacto neutro no clima em cidades de pequena e média dimensão. É centrada nas pessoas, privilegiando as necessidades e o bem-estar dos indivíduos.

A rede S.M.ALL tem como objetivo “Partilhar soluções urbanas para uma mobilidade acessível e sustentável para todos”. Liderada por Ferrara (IT), exploram a complexidade de dois paradigmas de mobilidade URBACT: inclusão e sustentabilidade.

A Romagna Faentina (IT) está à frente da rede ECONNECTING - Greener & closer communities, uma rede que se centra em soluções de mobilidade urbana-rural sustentável no território de 30 minutos, concebendo e implementando estratégias de proximidade para áreas funcionais urbano-rurais.

A rede SCHOOLHOODS coloca a saúde e a segurança das crianças no centro de um percurso seguro, ecológico e feliz para a escola. Lideradas por Rethymno (EL), as cidades que pertencem a esta rede URBACT trabalham lado a lado com alunos, pais e professores para co-criar soluções que permitam aos alunos ir sozinhos para a escola. 

De Balbriggan (IE) até às fronteiras da Europa, o principal objetivo da rede EcoCore é acelerar a transição verde, especialmente nos ambientes de trabalho das zonas industriais das cidades parceiras, que estão a fazer a transição para fontes de energia com baixo teor de carbono para transportes, aquecimento e eletricidade.

Com a missão de ligar as comunidades urbano-rurais, a Creacció Agència d'Emprenedoria de Vic (ES) está atualmente a liderar a rede Beyond the Urban, que promove a mobilidade urbano-rural através da testagem e da implementação de soluções de mobilidade sustentáveis, acessíveis e integradas, com destaque para a intermodalidade, a governação multinível, a inclusão, a igualdade de género e as ferramentas digitais.

 

Desenvolvimento local

 

A economia local, o marketing territorial e a transformação digital são alguns dos temas abordados pelas redes de desenvolvimento local.

A rede C4TALENT, cujo Parceiro Líder é  Nyíregyháza, Cidade Sede de Município (HU), tem por objetivo criar ambientes favoráveis para empresas & startups  a fim de reduzir os efeitos da fuga de cérebros, atraindo e retendo jovens profissionais talentosos.

Depois de a pandemia de COVID-19 ter acelerado a transformação em torno da forma como o trabalho é organizado, a Agência de Desenvolvimento de Dubrovnik (HR) deu início à Remote-IT, uma rede que aborda os novos desafios que as cidades estão a enfrentar relacionados com o futuro do trabalho, facilitando o trabalho remoto e híbrido para que estas possam prosperar.

Outra cidade Croata está a liderar uma rede de planeamento de ação de desenvolvimento local. Sibenik (HR) está à frente do projeto Residents of the future, que é uma rede que aborda a questão do despovoamento urbano nas cidades de pequena e média dimensão.

Com o Fundão (PT) como Parceiro Líder, o principal objetivo da rede METACITY é aumentar a competitividade das pequenas e médias cidades tecnologicamente conscientes, beneficiando da oportunidade de aumentar a eficiência dos serviços e a satisfação dos cidadãos proporcionada pelo metaverso.

NextGen YouthWork, rede  liderada por Eindhoven (NL), está também a contribuir para a transformação digital, dando um passo em frente e melhorando o trabalho online dos jovens através de soluções digitais inovadoras a nível da cidade. 

Impulsionar as comunidades locais não tecnológicas ou digitais, que enfrentam desafios específicos em termos de diversidade, igualdade de género e inclusão, é o objetivo da TechDiversity, uma rede composta por cidades europeias de pequena e média dimensão e orientada por Trikala (EL).

Liderada por Mollet del Vallès (ES), a rede DIGI-INCLUSION também promove a inclusão através de ferramentas digitais, combatendo a exclusão social e impulsionando a inclusão digital, não só através da concessão de acesso à tecnologia, mas também permitindo que as pessoas desenvolvam as competências necessárias e se tornem suficientemente capacitadas para tirar pleno partido das oportunidades oferecidas pelo mundo digital.

A vida nas cidades continua mesmo depois de escurecer. Esta é a principal afirmação da rede Cities After Dark. Liderada por Braga (PT), esta rede promove a “Economia da noite”, através de atividades que são essenciais para que uma cidade funcione 24 horas por dia e desempenhe um papel importante na economia global.

 

Ação climática

 

As redes de ação climática abordam várias questões: transição verde, economia circular, financiamento verde e reconversão de espaços, entre outros temas.

A rede COPE (Coherent Place-based Climate Action), conduzida por Copenhaga (DK), explora o potencial ecológico da ação dos cidadãos através de uma abordagem de base local, reconhecendo os cidadãos e os grupos de ação local como partes interessadas fundamentais que trabalham para acelerar a transição verde.

Liderados por Munique (DE), os parceiros da rede LET'S GO CIRCULAR! centram-se na transição circular das cidades. Esta rede aborda todas as questões relevantes para uma estratégia holística de ecossistemas de cidades circulares, promovendo soluções inovadoras.

Os parceiros da rede BiodiverCity, com o acompanhamento de Dunaújváros (HU) como Parceiro Líder, apoiam e capacitam as comunidades para planearem soluções eficazes baseadas na natureza, com vista à promoção de comportamentos pró-ambientais dos cidadãos e elaboração de planos com soluções baseadas na natureza, contribuindo para a realização da Estratégia de Biodiversidade da UE.

In4Green é uma rede colaborativa de cidades industriais, liderada por Avilés (ES), com um compromisso comum: implementar a transição verde em áreas/cidades industriais, mantendo-se competitivas e inclusivas.

Restaurar áreas urbanas “esquecidas” e transformá-las em lugares com valor, para e com os residentes, é a missão da rede GreenPlace. Esta rede liderada por Wroclaw (PL) tem como objetivo restaurar os espaços urbanos e torná-los amigos dos residentes e do ambiente, otimizando a utilização dos recursos existentes no contexto da crise ecológica e da situação financeira e geopolítica.

 

Coesão social

 

As redes temáticas de coesão social abordam uma variedade de tópicos, desde a regeneração urbana e a criação de cidades com a perspetiva de género, de igualdade, de diversidade e de inclusão. 

Sob a liderança da Clermont Auvergne Métropole (FR), o objetivo da rede FEMACT-Cities é apoiar a elaboração de oito “Planos de Ação Locais para a Igualdade de Género” sobre os principais desafios relacionados com a liberdade e o empoderamento das mulheres, através da proteção, educação, emancipação e autonomia económica.

A rede GenProcure também aborda a igualdade de género, centrando-se na Contratação Pública Sensível ao Género, e é liderado por Vila Nova de Famalicão (PT). Esta rede promove a igualdade de género através das compras, fornecimentos e prestação de serviços no setor público.

Re-Gen é uma rede Europeia de cidades liderada por Verona (IT) que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento urbano sustentável e a inclusão social graças ao protagonismo de estudantes do ensino secundário, com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos, provenientes de meios desfavorecidos.

A rede U.R. Impact, liderada por Cinisello Balsamo (IT), dá prioridade ao impacto social na regeneração urbana, assegurando a inclusão social e o desenvolvimento comunitário durante a renovação urbana. Coloca os cidadãos e o seu bem-estar social, económico e ambiental no centro dos processos.

O principal objetivo da Breaking Isolation, uma rede impulsionada por Agen (FR), é a luta contra o isolamento, criando laços sociais, ligações entre jovens e idosos e promovendo a diversidade social.

Com o objetivo de construir sociedades mais inclusivas e resilientes, a WELDI capacita as autoridades locais para uma integração digna dos migrantes recém-chegados. Para atingir este objetivo, as cidades desta rede, liderada por Utrecht (NL), colaboram com os migrantes e outros residentes, bem como com parceiros locais, nacionais e internacionais.

A rede ARCHETHICS reúne cidades europeias que partilham a presença de património ligado a um passado histórico complexo e controverso (regimes totalitários, fronteiras contestadas, etc.), como é o caso do seu Parceiro Líder, Cesena (IT). O seu objetivo é transformar esse património em espaços onde os habitantes locais e os visitantes possam partilhar conhecimento e chegar a uma compreensão de várias perspetivas do passado e a novas visões para o futuro.

 

Acompanhe o percurso das redes

 

Este é apenas um resumo das Redes URBACT de Planeamento de Ação, mas fique atento a mais informações dos Peritos Líderes e das próprias cidades parceiras! Também pode seguir o percurso destas redes nas suas páginas de projeto e nas redes sociais, beneficiar das lições aprendidas e experimentá-las na sua própria cidade.

 

Traduzido do original publicado pelo URBACT em 19/03/2024.

Submitted by Maria José Efigénio on 22/05/2024
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Maria José Efigénio

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